Farinha de coco

Apesar do coco ter fama de ser um alimento gorduroso, a farinha derivada do fruto é bastante nutritiva e apresenta várias vantagens para a saúde.

Coco é uma fruta originária de países tropicais, pois a sua planta (coqueiro) necessita de solos arenosos e salinos, em áreas com luz solar abundante e vagas de chuva regulares.

São usados diversos derivados: coco in natura, coco desidratado, água de coco, óleo de coco e farinha de coco.

A farinha de coco é produzida a partir da polpa da fruta (parte branca e gordurosa) mas parte da gordura é retirada antes do processo de desidratação, o que faz com que tenha uma percentagem menor desse macronutriente na sua composição.

No final do processo é moída e transformada num pó similar à farinha de trigo.

Principais nutrientes da farinha de coco

A farinha de coco é rica em fibras, causando por isso saciedade.

A principal característica é que mistura fibras com gorduras.

Apesar da maior parte da gordura do coco ser saturada, uma grande percentagem é composta pelos triglicerídeos de cadeia média (TCM), que são metabolizados diretamente no fígado, transformando-se em energia mais rapidamente, não se acumulando depois no tecido adiposo.

Tabela nutricional da farinha de coco

No entanto a composição nutricional pode variar conforme o fabricante do produto, por isso esteja atento ao rótulo.

Em relação ao óleo de coco tem uma grande vantagem: a quantidade de fibras. Estima-se que uma colher de sopa de farinha de coco contenha 2,5g de fibra (isto equivale a 10% das necessidades diárias.

Uma vez que não contém glúten, está também indicada para celíacos, podendo ser utilizada em substituição da farinha de trigo nalgumas receitas.

Os inúmeros benefícios do coco já foram comprovados por diversos estudos, sendo já considerado um Super Alimento pelo Functional Foods Center (EUA).

Benefícios da farinha de coco

• Ajuda a emagrecer

A farinha de coco é rica em fibras, que quando contactam com a água no sistema digestivo se transformam num gel volumoso. Este aumenta a distensão do estômago, promovendo uma maior saciedade e impedindo-nos de fazer excessos nas refeições.

Este gel também envolve o bolo alimentar, tornando a libertação de glicose na corrente sanguínea mais lenta, diminuindo assim o desejo de hidratos de carbono durante mais tempo. Sendo menos glicose libertada de cada vez, o pâncreas produz menos insulina (hormona responsável pela entrada da glicose nas células, que também estimula a deposição de gordura no tecido adiposo), diminuindo consequentemente a acumulação de massa gorda.

Os triglicerídeos de cadeia média que fazem parte da sua composição também promovem o emagrecimento, uma vez que se não forem usados, não se acumulam como gordura no nosso corpo. Sendo facilmente absorvidos, obrigam ainda o organismo a utilizar a gordura acumulada como fonte de energia; daí esta farinha ser indicada para atletas ou pessoas que queiram diminuir a gordura corporal.

Contém ácido láurico que possui um efeito termogénico, pois acelera o metabolismo, e aumenta a sensação de saciedade, contribuindo para o menor ganho de peso.

Tem também na sua composição ómega-9 que tem a capacidade de metabolizar a gordura corporal e o colesterol.

Este ácido gordo diminui a produção de cortisol (uma das hormonas responsáveis pela acumulação de gordura na região abdominal).

• Reduz o risco de Diabetes

A absorção mais lenta de glicose acarreta uma diminuição na libertação de insulina.

Isto é vantajoso, uma vez que irá diminuir a probabilidade de desenvolver resistência à ação da insulina, que potencialmente poderia evoluir para diabetes tipo 2.

Para os diabéticos, uma absorção mais lenta também é importante, pois o tratamento passa pelo equilíbrio nos níveis de glicose, evitando assim as complicações da doença (pé do diabético, lesões renais, lesões oculares, entre outras).

• Estimula o sistema imune

O ácido láurico possui a capacidade de estimular o sistema imunológico pela ativação da libertação de uma substância chamada interleucina 2, que faz a medula óssea produzir mais células brancas de defesa.

Além disso, age como anti-inflamatório pela inibição da síntese local de prostaglandinas (PGE2) e interleucina 6 que são substâncias pró-inflamatórias presentes em quadros reumáticos, artrites e inflamações musculares.

• Auxilia a digestão

As fibras são muito importantes para um bom funcionamento intestinal.

Em primeiro lugar, quando contactam com a água formam uma camada de gel em torno do bolo alimentar, facilitando a sua circulação pelo sistema digestivo.

Além disso, são fermentadas pelas bactérias intestinais (microbiota intestinal), levando à formação de ácidos gordos de cadeia curta. Estes ajudam a melhorar a obstipação, já que são capazes de aumentar o volume fecal e reduzir o tempo de trânsito intestinal.

• Reduz o colesterol

Sendo uma fonte de gorduras saturadas, há o risco de que o consumo excessivo do coco e dos seus derivados aumente o colesterol LDL – que é um fator de risco nas doenças cardiovasculares.

Porém, outros componentes do coco podem ajudar na redução do LDL.

É o caso das fibras, que tornam a absorção do colesterol mais lenta.

Além disso, a fermentação das fibras pelas bactérias do estômago leva à formação de ácidos gordos de cadeia curta, que são capazes de inibir a ação da enzima HMG-Coa redutase, que é a principal enzima responsável pela produção de colesterol.

Assim, a farinha de coco pode ser utilizada na redução do colesterol, apresentando, inclusive, potencial protetor para a saúde cardiovascular.

Quantidade recomendada de farinha de coco

Não há uma recomendação específica para a quantidade de farinha que deve ser consumida diariamente. No entanto, para obter os benefícios sem que haja excesso de calorias, pode consumir entre uma a duas colheres de sopa ao dia (cerca de 20g).

Como consumir farinha de coco

A farinha de coco pode ser consumida diretamente com iogurtes, frutas, misturada num sumo ou incorporada numa granôla saudável. Ela também pode ser usada para enriquecer receitas de pão e bolos.

Ela é muito usada pelos celíacos para substituir a farinha de trigo nalgumas receitas, normalmente misturada com outras farinhas.

Também pode ser usada na preparação de massas salgadas (acabando por não ser necessário adicionar a habitual pitada de açúcar que colocamos nessas receitas).

Para bolos, o ideal é misturar com a farinha de arroz, obtendo uma melhor consistência da massa.

Contra-indicações

Não há contra-indicações no uso da farinha de coco, mas o ideal é consultar um médico para saber se a quantidade de gorduras saturadas que ela possui é adequada à sua dieta e saber ao certo quanto deve consumir diariamente.

Para o seu uso ser eficaz no tratamento da obstipação, é necessário haver uma boa ingestão diária de água (caso contrário o seu consumo poderá agravar o problema).

Riscos do consumo excessivo

O consumo excessivo pode, por ser um alimento rico em fibra, gerar algum desconforto abdominal e gases.

Se consumido em excesso, pode levar ao aumento de peso devido ao seu valor calórico.

Como fazer a farinha de coco

Pode experimentar fazer a farinha em casa, mas não fica com a mesma consistência da industrializada.

Coloque uma chávena de polpa de coco numa forma e leve ao forno a 200ºC durante cinco minutos. A polpa irá transformar-se numa farinha; retire, misture e deixe assar mais cinco minutos. Remova do forno.

Deixe arrefecer pelo menos dez minutos e pode consumir.

Armazenar num local seco, escuro e arejado.