Em 1931, o 1º prémio Nobel em Medicina Otto Warburg, descobriu pela primeira vez que as células cancerígenas têm um metabolismo energético diferente comparado com as células saudáveis.
Ao longo dos últimos anos tem sido ignorado pelos diversos centros de tratamento de cancro, o conceito de que a glicose é o “combustível” favorito do cancro. A grande maioria dos pacientes com cancro não são, infelizmente, acompanhados e aconselhados nutricionalmente de modo a controlar os níveis de glicose, sendo um componente essencial na recuperação da doença (German Otto Warburg).
O açúcar é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o “veneno” do século XXI, estando presente na maioria dos alimentos, seja de forma disfarçada em bolachas, bolos, gelados, pães, refeições pré-confeccionadas, iogurtes, etc., ou “à vista” colocando em causa a nossa saúde, duma forma global.
As células cancerígenas têm um metabolismo energético diferente quando comparado com as células saudáveis. Ou seja, os tumores malignos apresentam frequentemente um incremento na glicólise anaeróbia, processo esse em que as células usam frequentemente a glicose como carburante e obtêm como produto final o ácido láctico. Este é depois gerado pela fermentação da glicose das células cancerígenas e transportadas para o fígado. Consequentemente, origina-se um pH mais ácido nos tecidos cancerígenos.
Este processo metabólico produz 2 moles de ATP por 1 mol de glicose. Nas células tumorais há uma maior produção de ATP por necessitarem de grandes quantidades de glicose para a sua divisão celular. A “acidificação” nos tecidos e no sangue origina um estímulo que consiste na conversão do lactato em glicose no fígado com gasto de energia. Essa glicose “alimenta” o tumor. Em suma, as células tumorais desperdiçam energia e o paciente sente-se cansado e mal nutrido.
O índice glicémico mede a forma como um determinado alimento afecta os níveis de glicose no sangue. Entender e utilizar o índice glicémico é um importante aspecto a ter em conta quando se confecciona as refeições.
O elevado teor em açúcar presentes nas dietas dos nossos dias, contribuindo para um excesso de glicose no sangue pode causar uma proliferação do fungo Cândida albicans, deterioração e inflamação dos vasos sanguíneos, doenças cardiovasculares, entre outras.
A literatura sugere, através de um estudo efectuado em 68 ratinhos inoculados com uma cepa agressiva de cancro da mama, que regular o consumo de açúcar é a ”chave” para diminuir o cancro. A 24 ratinhos foi-lhes administrado altos níveis de açúcar no sangue de modo a ficarem hiperglicémicos; a outros 24 controlaram de modo a manterem-se normoglicémicos; os restantes 20 apenas lhes foi dado reduzidos valores de açúcar. Ao final de 70 dias constataram que apenas 8 dos 24 ratos hiperglicémicos tinham sobrevivido comparado com a sobrevivência dos 16 dos 24 normoglicémicos e 19 dos 20 hipoglicémicos (adaptado de: http://www.notasdeprensa.es/notaprensa2pdf.php?n=el-cancer-se-alimenta-de-azucar).
Há já um grande número de médicos oncologistas europeus, consciencializados para o conceito de que o açúcar é um factor de proliferação do cancro.
Controlar a dieta mediante alimentação anti-inflamatória e comendo alimentos com baixo índice glicémico, usar suplementos nutricionais, exercícios físicos orientados, meditação guiada e medicação quando seja necessário, podem ser elementos cruciais num programa integrativo de recuperação de tumores.
Artigo de opinião da Dra. Ana Moreira.
Aconselhamos a leitura de:
Jacoby, R. P. Baldelomar, R. (2015). Açúcar o Pior Inimigo – como reparar os danos provocados pelo açúcar e recuperar a sua saúde. Vogais
Vencer o cancro mediante a nutrição (1998)
www.glycemicindex.com
www.lanutrition.fr