o Poder terapêutico dos alimentos

“Que o seu alimento seja o seu remédio e o seu remédio o seu alimento”

Estas são as famosas palavras de Hipócrates de Cos (Kos, cerca de 460 aC – Larissa, 377 aC), autor do famoso juramento ainda hoje usado por estudantes de medicina; juramento que obriga o futuro médico a agir pelo bem do paciente, em total respeito pela sua pessoa.

 

O pai da medicina, 400 anos antes do nascimento de Cristo, já havia entendido a importância da nutrição em relação à nossa saúde e ao nosso bem-estar psicofísico. Nós somos o que comemos: nunca o esqueçamos!

 

A Bioterapia Nutricional é um método que utiliza os alimentos nos seus componentes farmacológicos e utiliza as associações alimentares e o método de preparação, muito importante, para realizar uma verdadeira “ação” terapêutica.

O alimento é considerado, não apenas pelo seu conteúdo, mas pela biodisponibilidade da substância contida no mesmo.

As associações são finalizadas de acordo com a constituição do paciente, a patologia da qual é portador e as condições individuais no qual se encontra.

Todas as substâncias são tóxicas, somente “a dosagem faz a diferença entre um veneno e um medicamento” (Paracelso).

Os mecanismos de controle homeostático e hormonal estão presentes em todos os sistemas biológicos e seguem a lei de Arndt e Schulz: “Estímulos de baixa intensidade aceleram e estimulam a atividade vital, os de média intensidade regularizam e os de alta intensidade suprimem”.

Portanto o conceito de “pouco estímulo” é válido tanto na medicina tradicional, como por exemplo na terapia oncológica, antibióticos, etc., na homeopatia e finalmente na bio-nutrição.

Esta introdução é necessária para afirmar que tudo o que é matéria informativa, composto por partículas atômicas (elétrones, protónes e neutrões) é capaz de emitir energia na forma de partículas (fotões), os quais vão a estimular, regular ou inibir as células de nosso organismo.

Também podemos encontrar este fenômeno na nossa alimentação: os alimentos que ingerimos todos os dias, desde o nascimento, são as principais substâncias que introduzimos no nosso corpo, são reconhecidas e familiares, metabolizadas rapidamente no nosso sistema digestivo com a finalidade de trazer energia para o organismo e as funções vitais, mas correndo o risco de  ser tóxicos e danifica-lo.

 

Todo tipo de patologia, exceto o trauma, encontra a sua realização e razão de ser em um mecanismo biológico alterado, dismetabólico, seja de tipo tóxico endógeno ou exógeno, as vezes iatrogénico, ou mais simplesmente devido ao défice funcional induzido por uma má gestão de alimentos.

 

O alimento é o principal fator de todos os processos vitais, dele são extraídos todos os aminoácidos essenciais, que não somos capazes de sintetizar, proteínas, sais minerais, vitaminas e, finalmente, todos os outros oligoelementos e fatores essenciais para as complexas reações químicas das quais dependem a vitalidade e a vida de cada indivíduo.

Quando o alimento falta ou é manipulado, desequilibrado em relação às necessidades diárias, alterado por hábitos alimentares incorretos, ou por indisponibilidade de escolha, segue-se que o complexo mecanismo vital carece de alguns fatores e elementos essenciais ao seu funcionamento, gerando, em primeiro lugar, disfunções simples e então, com a persistência constante do quadro de deficiência, a doença.

Deveria ser importante considerar mais a comida em função terapêutica, bem como nutricional.

Se erros nutricionais podem causar uma patologia e o alimento é reconhecido como causa de doença, não há motivação científica séria que possa considerar a tentativa de pesquisa para transformar este veneno em irrelevante medicamento. Ou seja, quando bem utilizado, ao alimento deve ser reconhecido um valor terapêutico, bem como simplesmente alimentar.

 

A terapia nutricional ajuda o corpo, onde não existem situações comprovadas e indiscutivelmente “sem volta”, a restaurar as funções fisiológicas normais com métodos naturais através do estudo personalizado das necessidades nutricionais.

È necessário considerar não apenas o princípio ativo, ou o elemento principal, de cada alimento, mas também a biodisponibilidade do alimento e o tipo de cofatores que permitem a sua utilização, tendo também em vista a constituição do paciente/pessoa a quem se dirige a terapia.

As vezes isso não é suficiente; também é necessário ter em consideração as interações entre os vários alimentos; e é aqui que se tornam importantes o estudo e o conhecimento, para evitar que uma escolha associativa indevida anule o programa terapêutico bionutricional.

A terapia nutricional não quer substituir o tratamento medico tradicional/hospitalar, mas complementa e auxilia os tratamentos farmacológicos, ajudando a restabelecer/regularizar as disfunções e as patologias de cada paciente.

 

Portanto utilizando o poder farmacológico dos alimentos isolados ou associações alimentares complexas, estudadas sobre as características constitucionais e fisiopatológicas específicas de cada paciente/pessoa, é possível apoiar o organismo nas mais diversas condições de desequilíbrio ou disfunção.

Cada alimento constitui de facto uma estrutura complexa, rica em numerosos princípios ativos e outros componentes, mas sobretudo com um dinamismo bioquímico que interage com as nossas funções orgânicas.

A associação racional dos alimentos na refeição, a escolha dos métodos de confeção e preparação e a escolha dos produtos frescos e sazonais são elementos de fundamental importância para alcançar o resultado.